quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Brasília: vergonha e vexame internacionais



Repassando, com tristeza. Não precisamos disso. Brasília é uma cidade que se supera sempre, apesar dos políticos irresponsáveis e corruptos - honrosas exceções.
Aurora

PS: infelizmente, não sei a fonte. A confirmar.




Brasília foi vergonhosamente reprovada no primeiro teste de um evento internacional de esportes.
Sede de sete jogos da Copa do Mundo e recentemente eleita para receber as Olimpíadas Escolares Mundiais (Gymnasiade), em 2013, e candidata à Universíade de 2017, o governo do Agnelo Queiroz fracassou ao acolher o Campeonato Mundial de Patinação Artística.
O evento, com 1.080 atletas de 36 países – China, Estados Unidos, Itália, Nova Zelândia, Alemanha, Holanda, França, Índia, Austrália, Brasil etc – de ontem até o dia 27, na capital da República, tem uma infraestrutura que envergonha brasilienses e brasileiros diante dos visitantes.

Água
O treino da tarde de ontem e da manhã desta terça-feira foram suspensos. Brasileiros e estrangeiros ajudaram a espalhar baldes na pista de 46x27m, devido às goteiras na cobertura do principal ginásio da cidade, o Nilson Nelson, com capacidade para 25 mil pessoas.
Chamada para socorrer o evento de um festival aquático a empresa responsável se negou realizar o trabalho. O governo do Distrito Federal não pagou o último conserto da cobertura. Calote.
Os sanitários do ginásio são do nível de mercado público: sujos, fedorentos, quebrados, paredes riscadas, portas quebradas. Garotas de algumas delegações perguntavam aos seguranças – que não entendiam o idioma estrangeiro – “onde encontrar papel higiênico”, me relatou a mãe de uma atleta, vermelha de vergonha com o que assistiu.

Orçamento
O mundial de patinação – modalidade que tem no gaúcho Marcel Stürmer tricampeão pan-americano o expoente nacional – estava marcado para Blumenau (SC). O ex-ministro do Esporte, Orlando Silva, pediu para trazer o evento para Brasília, e ofereceu “apoio” aos dirigentes.
Um projeto de R$ 4 milhões foi aprovado pela Lei de Incentivo ao Esporte, mas nenhum tostão foi captado. E começaram as despesas e dificuldades.
Os R$ 600 mil que viriam do Ministério do Esporte ficaram na promessa e os problemas cresceram com o desinteresse explícito do Governo do Distrito Federal.
Para transportar 1.800 atletas entre os hotéis e o local da competição, Agnelo Queiroz autorizou um ônibus e uma Van. E ainda cobrou R$ 6 mil pelo aluguel do ginásio com goteiras e instalações imundas.

Serviços
No local do evento, o vistoso Ginásio Nilson Nelson, no Eixo Monumental, não há uma só referência ao Campeonato Mundial que reúne os maiores patinadores do mundo, entre eles os favoritos italianos.
Estados Unidos, Argentina e Brasil completam o TOP da modalidade. As delegações estão sem apoio turístico, pois assim como a Secretaria de Esporte e a de Cultura, também a de Turismo ignorou o Mundial, que reúne dois mil estrangeiros em Brasília por duas semanas.
Um bar com lanches de qualidade duvidosa era visto sob suspeitas por dirigentes, técnicos e atletas estrangeiros, que ali buscavam algum alimento, antes da abertura do evento.
O vice-presidente da Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação, Alexandre de Almeida Filho, está atônito. “Este Campeonato Mundial poderia ser um evento teste para Brasília, pois aqui estão atletas, técnicos, árbitros e dirigentes de 30 nacionalidades”, lamentou o dirigente, numa tristeza evidente ao apresentar Brasília diante do mundo da patinação.
Voluntárias, mães de atletas supriram com dificuldades a falta de estrutura que o Governo de Agnelo Queiroz não ofereceu ao evento. Elas prepararam, por exemplo, as placas com nomes dos países, que foram usadas no desfile das delegações.
Alguns pais de atletas de cotizaram e socorreram a CBHP, além de US$ 50 mil da Federação Internacional da modalidade, para as despesas emergenciais.
Na delegação brasileira os problemas não são menores. Para representar o país, cada atleta precisou pagar R$ 500,00 pelo uniforme da competição. Mas somos um país olímpico...
Brasil, o país da Copa 2014 e da Olimpíada 2016 é amador na estrutura governamental do esporte, e expõe isso vergonhosamente aos estrangeiros que nos visitam.
Na sede do poder da República e do Ministério do Esporte, o vexame é internacional. Aqui, liderados pelo governador Agnelo Queiroz, secretários da Educação, Cultura, Esporte, Turismo etc foram reprovados no vestibular de um grande evento.
Pior: foram irresponsáveis, antes de serem incapazes.
Vocês nos envergonham!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Estádio do DF tem 40% das obras concluídas


Por Agência Brasil, de Brasília

As obras do Estádio Nacional de Brasília estão com mais de 40% da fase de concretagem já realizada, segundo avaliação dos técnicos do Tribunal de Contas do Distrito Federal. De acordo com o relator do processo no tribunal, Manoel de Andrade, os dados indicam a regularidade da obra. O estádio, com capacidade para 70 mil pessoas, será utilizado para jogos da Copa das Confederações, em 2013, e da Copa do Mundo, em 2014.

A visita faz parte do acompanhamento permanente das obras destinadas à Copa do Mundo. A cada seis meses, é feito um relatório sobre gastos e o andamento do empreendimento. O último relatório, apresentado em julho deste ano, apontou 20% da obra realizada e um custo de R$ 131 milhões. O estádio está orçado em R$ 671 milhões e, até o momento, já foram gastos R$ 180 milhões na obra.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Fifa estima 10% de ingressos populares



Valor 09/11
A categoria de ingressos "populares" para a Copa de 2014 deve corresponder a apenas 10% do total de bilhetes vendidos e distribuídos para os jogos. A estimativa é do secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jérôme Valcke, que participou, ontem, de audiência pública na Câmara para discutir a Lei Geral da Copa, conjunto de regras que devem normatizar o Mundial de futebol. De acordo com o representante da Fifa, essa porcentagem representa 300 mil ingressos.

Na sessão, Valcke disse que a Fifa sugeriu a criação da Categoria 4, voltada para brasileiros idosos, estudantes e de baixa renda, com entradas que devem custar US$ 25, o equivalente a cerca de R$ 44. "Em vez de existirem diferentes grupos de meia-entrada, eu propus que implementemos uma Categoria 4 que será diferente e que será reservada apenas para os brasileiros", afirmou Valcke aos deputados.

De acordo com o secretário-geral, haverá preços especiais para os jogos de abertura e de encerramento. Valcke apontou que a presidente Dilma Rousseff debateu com a federação a questão da meia-entrada em sua visita a Bruxelas. A Fifa argumentou que há problemas técnicos para oferecer descontos para parcelas do público e, por isso, sugeriu a alternativa da criação de um grupo com ingressos mais baratos. Na sessão, o secretário afirmou que os ingressos da Categoria 1 poderão chegar a US$ 900, ou cerca de R$ 1.575.

Valcke reconheceu a tensão da Fifa com autoridades brasileiras sobre aspectos divergentes da Lei Geral da Copa. "Não há motivos para haver tensões entre nós. Ou estamos todos no mesmo barco ou não chegaremos juntos à Copa de 2014", alertou. E as divergências entre a federação internacional e o Brasil ficaram claras na audiência: parlamentares questionaram a criminalização do uso de marcas ligadas à Copa de 2014 e de ações de marketing em áreas próximas aos estádios de marcas que não sejam as dos patrocinadores, prevista no projeto da Lei Geral da Copa. Apesar de críticas, em poucos momento o clima foi de ataque aos organizadores do megaevento esportivo.

O secretário-geral da Fifa negou que as novas regras flexibilizem ou alterem normas brasileiras e firam a soberania nacional. Ele destacou que os "pedidos [feitos pela Fifa] estão de acordo com as garantias governamentais" e foram repassadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a uma comitiva do governo, ainda em 2007, quando o país foi anunciado como sede do megaevento esportivo. "Nunca pedimos garantias a mais", completou.

Valcke também deixou claro que Fifa não pretende abrir mão da prerrogativa de vender bebidas alcoólicas durante a Copa de 2014. "Não vou assumir nenhum compromisso de que álcool não será vendido [durante a Copa]. São compromissos que foram assumidos quando a [realização] Copa do Mundo foi entregue ao Brasil", afirmou.

O texto da Lei Geral retira a proibição de comercialização e consumo de bebidas alcoólicas em estádios, prevista no Estatuto do Torcedor. "A Fifa não está aqui para embebedar as pessoas", disparou. O secretário-geral da Fifa apontou que a Rússia e o Catar - próximas sedes da Copa - proíbem a venda de álcool por questões legal ou cultural e aceitaram a venda de bebida alcoólica por considerar a Copa do Mundo um evento privado.