segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Os escândalos em campo e a Copa do Mundo



Por Sergio Leo - Valor 31/10

Andrew Jennings, o repórter da BBC de Londres que na semana passada foi ao Congresso brasileiro repetir ao Senado as acusações de corrupção que faz contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, entre outros figurões ligados à Federação Internacional de Futebol (Fifa), mantém também uma página na Internet dedicada ao tema que já lhe rendeu dois documentários de TV: as irregularidades na Fifa. Entre as denúncias que faz está o alerta para as exigências secretas nos contratos dos países interessados em sediar a Copa do Mundo, que podem incluir custos não revelados à população.

Teixeira processa o jornalista britânico, a quem acusa de danos morais e à honra. Jennings, autor do livro "Jogo Sujo - o Mundo Secreto da Fifa", insiste que os preparativos da Copa podem sofrer um impacto negativo com a abertura de documentos sobre Teixeira na Justiça suíça, em breve. Ele levanta também uma questão importante ao chamar atenção para a maneira como os países se subordinam ao gigantesco esquema comercial montado pela federação esportiva. A excitação geral com a Copa distrai a sociedade em relação aos custos do evento, e à herança duvidosa que pode deixar, em caso de má administração.

É preocupante, por exemplo, o investimento em Brasília para construção de um megaestádio de 70 mil lugares, numa cidade onde nenhum jogo de futebol atrai público desse tamanho, e raros eventos têm essa capacidade. Na África do Sul, a última Copa deixou um legado de estádios subaproveitados, e se fala sobre a possível demolição de pelo menos um deles, pelos custos de manutenção do elefante branco. Na Cidade do Cabo, o administrador privado ameaça devolver o estádio à administração pública, se confirmada a previsão de prejuízo anual em torno de US$ 1 milhão.

Os estádios sul-africanos teriam de sustentar pelo menos 12 eventos anuais com lotação esgotada e ingressos de pelo menos US$ 30 para se tornarem autossustentáveis. Por outro lado, a antecipação de investimentos previstos em estradas trouxe um visível aumento de eficiência nos transportes do país, além do estímulo ao turismo - ainda que especialistas considerem exageradas as expectativas do governo nesse ponto.

A movimentação financeira e os empregos trazidos pela Copa são bem-vindos, especialmente num momento de incerteza econômica. Na África do Sul, a coincidência entre a crise financeira internacional e os preparativos e os jogos da Copa ajudou a minimizar no país os efeitos da desaceleração global. Mas os benefícios podem ser passageiros. Apesar de criar 130 mil empregos na construção civil com as obras de infraestrutura, os sul-africanos não conseguiram evitar a alta em suas obscenas taxas de desemprego, de quase 25% da população em busca de trabalho, 50% entre os jovens.

Com o custo estimado em torno de US$ 1,5 bilhão para a construção de estádios, a geração de 66 mil empregos nessas obras foi comparada por um centro de estudos a programa de criação de postos de trabalho incrivelmente caro. Também é limitado o efeito líquido sobre a economia. Estudo do Instituto Sul-Africano de Relações Internacionais cita avaliações que apontam um acréscimo no Produto Interno Bruto (PIB) do país entre 02% a 0,3, bem abaixo das estimativas oficiais iniciais, de 1,9% do PIB.

Inquestionável é o ganho da Fifa, que concluiu a Copa com mais de US$ 3,5 bilhões em receita livre de impostos (uma das exigências), segundo estudo do Instituto para Democracia na África (Idasa).

Orlando Silva, o ministro demitido após sucessivas denúncias de desvio de dinheiro do Ministério do Esportes para organizações não-governamentais ligadas a seu partido, o PCdoB, teve sua queda saudada pela Fifa, mas não pela faxina que provocou a demissão. O demitido era visto como um dos principais opositores ao cumprimento de condicionalidades conhecidas publicamente, como a exigência de eliminação da lei de meia entrada, a concessão de superpoderes para a CBF e a Fifa e dispositivos de marketing contrários à legislação.

Não foi pela resistência a ceder ao draconiano manual de regras da Fifa que caiu o ministro. Mas seu substituto, Aldo Rebelo, terá a incumbência de apoiar a presidente Dilma Rousseff nas duras negociações com os cartolas. Uma avaliação menos edulcorada dos reais benefícios e custos da realização da Copa do Mundo pode ajudar nessa tarefa.

Um subproduto já conhecido das Copas é seu efeito em matéria de relações públicas e imagem, para o país e para o governo. Se Dilma não conseguir manter os personagens-chave do evento fora das páginas dedicadas a irregularidades e denúncias, o efeito gerado poderá ser o oposto do que esperavam as autoridades, ao firmar com a Fifa o contrato para trazer ao Brasil um dos mais acompanhados eventos esportivos do mundo.

Sergio Leo é repórter especial em Brasília

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Oh, Minas Gerais!


LÚCIO RIBEIRO FSP 25/10

Era uma vez, uma Série A do Brasileiro sem times de MG. Ou com um único time: o Boa


Num sopro recente de felicidade incontida, os mineiros ganharam seis jogos da Copa-14, a chance de receber o Brasil numa semifinal no Mineirão, viram o América segurar a arrancada do Grêmio, acompanharam o Atlético bater o Fluminense-candidato-a-título fora e testemunharam o Cruzeiro ir atrás de uma vitória heroica, de virada, debaixo de chuva, na raça, após estar perdendo duas vezes.
Ao mesmo tempo em que tudo isso pode indicar um belo horizonte, o parágrafo acima não consegue camuflar a enrascada terrível em que os clubes de MG se meteram, por uma série de motivos, mas também devido ao chamado "custo Copa".
Numa hipótese tão bizarra quanto possível, o único representante do tradicional estado futebolístico de Minas Gerais no Brasileiro da Série A do ano que vem periga ser o... Boa. Sem Cruzeiro, Atlético ou América, este já com o bonde rumo à Série B. A situação mineira realmente não é boa. E a julgar pelas últimas rodadas da Segundona, nem para o Boa. Minas pode não ter ninguém no Brasileirão-2012 e "comemorar" o desempenho do Ipatinga, de volta à Série B e, quem sabe, do glorioso Tupi ganhando a última vaga da D para a C.
O América subiu agora e já está caindo. O Galo, que já caiu uma vez, tem se esforçado para repetir a façanha desagradável para clubes de sua grandeza. A vitória no Rio, no sábado, fez o time sair do Z4 depois de muitas rodadas.
O sempre poderoso Cruzeiro, quem diria, assíduo no G4 e vice-campeão em 2010, dormiu na zona do rebaixamento no sábado, impulsionado para baixo pelo rival. Durante a jornada do domingo, em 90 minutos, ficou no Z4, saiu, voltou e saiu. Cruzeirenses e atleticanos comemoraram suas vitórias como se fossem títulos.
Os clubes mineiros culpam a falta de estádio em BH, por causa da Copa. A grande mancada foi fechar Independência e Mineirão simultaneamente. Assim, BH ficou sem campos. Arena do Jacaré (a uns 70 km da capital), Uberlândia e Ipatinga transformaram MG em território neutro.
O ponto maior dessa bizarrice à mineira pode ser o jogo da última rodada, Cruzeiro x Atlético.
Principalmente se os dois não embalarem após os triunfos do fim de semana e dependerem da vitória para (1) escaparem do descenso, (2) um escapar e ainda empurrar o maior rival para a Série B, se (3) não puderem empatar para não caírem abraçados ou se (4) um empate "amigo" entre os inimigos salvar os dois.
Um jogo muito decisivo para não ocorrer em BH. Como os dois rivais nunca decidiram um Brasileiro, esse se tornaria o mais emocionante Galo x Raposa da história dos dois times. Emocionante às avessas, mas ainda assim...

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Dilma tira poder de ministro e assume as negociações sobre a Copa de 2014




O Estado

Por decisão da presidente Dilma Rousseff, o ministro do Esporte, Orlando Silva, não será interlocutor do governo nas negociações da Copa de 2014 e na tramitação da Lei Geral da Copa no Congresso. A partir de agora, as decisões relativas à Copa ficarão centralizadas no Palácio do Planalto, nas mãos da presidente e da chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. A decisão foi tomada diante do desgaste do ministro com a denúncia de que estaria envolvido num esquema de corrupção na pasta.

Embora o futuro de Orlando ainda esteja indefinido e vá depender do desenrolar das acusações – além da consistência de suas respostas –, o certo é que ele já perdeu poder. Na prática, o ministro passará a ser informado das providências a serem tomadas no Planalto.

Dilma não está satisfeita com o trabalho de Orlando. Na segunda-feira, 17, ainda em Pretoria, na África do Sul, ela ficou irritada com o que leu na imprensa e chegou a telefonar para um auxiliar, a fim de saber quem disse que ela aprovava o trabalho do ministro. A presidente, na realidade, afirmou apenas que considerava suficientes as primeiras explicações dadas por ele em relação às denúncias de corrupção.

Logo que assumiu o mandato, em janeiro, Dilma cogitava ela mesma cuidar da realização da Copa do Mundo por considerar Orlando Silva muito próximo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Na prática, a presidente nunca quis proximidade com a CBF por avaliar que a entidade exige privilégios que ela não pretende conceder.

Com as relações cada vez mais azedas entre Dilma e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira – e percebendo que, se não mudasse de postura, poderia perder o cargo –, o ministro decidiu trocar de posição. Tanto é que ajudou a presidente a convencer o ex-craque Pelé a assumir o papel de embaixador honorário do Brasil na Copa do Mundo. Foi uma forma de afastar Ricardo Teixeira das cerimônias oficiais relativas à realização do torneio de futebol.

Manobra. No sorteio dos grupos das eliminatórias para a Copa de 2014, realizado em 30 de julho, no Rio, a manobra feita por Dilma deu certo. Teixeira ficou de fora da foto oficial. Nela, apareceram o presidente da Fifa, Joseph Blatter, Pelé e Dilma.

Agora, com as denúncias do policial militar João Dias Ferreira dando conta de que Orlando teria montado um esquema de corrupção no Ministério do Esporte, a presidente decidiu assumir as negociações referentes à Copa.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Governo quer Copa com ingressos populares


Valor 10/10

O governo negocia com a Federação Internacional de Futebol (Fifa) descontos substanciais no preço dos ingressos para a Copa do Mundo de 2014. O número máximo de "entradas populares" poderia ser definido, segundo apurou o Valor, de acordo com um percentual sobre a capacidade de público dos estádios ou a localização dentro das arenas - por exemplo, em áreas como as situadas atrás das balizas.

O tema foi tratado pela presidente Dilma Rousseff e o ministro dos Esportes, Orlando Silva, com o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, durante sua visita a Bruxelas, na semana passada.

O subsídio aos ingressos estará no centro da discussão entre Fifa e governo marcada para esta semana no Brasil, com a diretoria jurídica da Fifa, de Zurich. A presidente quer empurrar a conta para a Fifa porque considera, segundo auxiliares, que o governo já faz sua parte ao financiar a construção de estádios e investir pesado em mobilidade urbana e na infraestrutura das cidades-sede.

Na conversa, Dilma também fechou posição de não alterar a legislação federal, como o Estatuto do Idoso, que prevê desconto nos ingressos para esse público. O governo decidiu deixar a Estados e municípios o ônus de negociar o direito à "meia entrada" para estudantes e a venda de bebidas alcoólicas nos estádios. Governadores e prefeitos devem ceder nesses pontos, avalia o governo federal. Assim, o desgaste não recairia sobre o Palácio do Planalto.

Como pano de fundo dessa ofensiva do governo brasileiro, está a estratégia de agradar uma fatia menos abastada do público, neutralizando a oposição contra a eventual pecha de Copa das elites. O Palácio do Planalto também avalia que a medida garantiria um público razoável em jogos de menor apelo, como um hipotético, e improvável, jogo entre Romênia e Honduras, por exemplo. Na Copa da África do Sul, em 2010, a Fifa teve que distribuir ingressos de forma gratuita por falta de interesse em alguns jogos. Na Copa das Confederações, em 2009, a Fifa distribuiu entradas para o jogo entre Espanha e Iraque, em Bloemfontein.

"É natural que haja alguns pontos de questionamentos, mas o governo acredita que é possível encontrar um caminho para atender a Fifa e, ao mesmo tempo, preservar o direito do cidadão", disse ao Valor o secretário nacional de futebol do Ministério do Esporte, Alcino Reis.

Segundo Reis, que acompanhou a comitiva brasileira na semana passada, o governo vai buscar uma forma de centralizar as decisões, mas o martelo não será batido sem ouvir cada uma das 12 cidades-sede dos jogos. "Vamos estudar agora as opiniões da Fifa. Podemos concordar com eventuais ajustes. O governo está disposto a buscar soluções nacionais", comentou.

O secretário, no entanto, minimizou efeitos práticos de novas leis que pudessem legislar sobre temas como a venda de bebidas nos estádios e a meia-entrada para estudantes. "Uma lei nacional não tem poder de substituir uma lei local. Isso não resolve. Nosso esforço é para que a Fifa compreenda isso e aceite os direitos que já foram dados a setores da sociedade."

Segundo Reis, quando o Brasil apresentou suas garantias à Fifa, a meia-entrada não foi tratada. O que estava estabelecido é que a instituição regula o preço dos ingressos, mas não os direitos locais concedidos a determinado público.

Reis também acredita numa solução pacífica para a venda de bebida nos estádios. "A experiência que se tem nas Copas é de que a comercialização de cerveja nos estádios não causa nenhum problema relacionado à segurança", disse. "Uma coisa é proibir a venda de bebidas em situações com torcidas organizadas de clubes. Outra coisa são jogos de Copa, que não têm histórico de confronto."

Na semana passada, após o encontro com a Fifa, o governo se reuniu com grandes patrocinadores da Copa, como Itaú, Visa, Ambev, Mc Donald's Oi e Coca-Cola, para fechar um plano de promoção do evento. Durante o encontro, diz Reis, o governo fez questão de deixar claro que a possibilidade de o país perder a Copa para outro país "foi absolutamente afastada".

No Congresso, pressões já começaram

Por Caio Junqueira De Brasília

O Congresso Nacional só deverá aprovar o projeto da Lei Geral da Copa em 2012, contrariando a expectativa, do governo federal e da Fifa, que a legislação já pudesse ser promulgada até o fim do ano. Sem ela, a venda de ingressos dos jogos não pode ser iniciada.

A principal razão que sustenta essa previsão - além do próprio atraso do governo em enviar a proposta para o Legislativo - é que muitos temas polêmicos envolvem o texto, e os grupos de pressão já se mobilizam na Câmara para alterá-lo ou impedir novas modificações

São três os mais lembrados, que estarão em debate na comissão especial da Lei Geral da Copa: a possibilidade que idosos e estudantes paguem meia-entrada para assistir aos jogos nos estádios; a eventual especificação e ampliação da pena para a pirataria e a "venda casada", pelas agências de turismo, de pacotes que incluam transporte aéreo, hospedagem e o ingresso das partidas - prática vedada pelo Código de Defesa do Consumidor.

Para cada um desses pontos, serão convocados para debater entidades e especialistas nos assuntos, que encontrarão parlamentares também ligados a cada setor. Por essa razão, a maior parte dos 26 deputados que irão compor a comissão especial é ligada a áreas específicas da legislação e, assim como os grupos de pressão, também não estão interessados em ceder. Muito menos em fazer suas bases eleitorais perderem espaço na Copa do Mundo de 2014.

O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), por exemplo, um dos defensores dos idosos na Câmara, integrará a comissão e já avisou que não aceitará qualquer suspensão de direitos dos idosos no período da Copa. "Estou lá para garantir o cumprimento do Estatuto do Idoso. O time dos velhos é mais forte que o deles", disse, confrontado com a hipótese de que o trecho do estatuto, que concede meia-entrada a maiores de 60 anos, seja suspenso durante a Copa.

Já Otávio Leite (PSDB-RJ), ligado ao setor de turismo, deve focar sua atuação nessa área. "Queremos regras que facilitem o acesso do turista e preços competitivos", disse. O PCdoB confiou a Jô Moraes (MG) a tarefa de garantir a meia-entrada também a estudantes, principal base eleitoral da legenda.

O governo, contudo, escalou um dos seus vice-líderes, José Guimarães (PT-CE), para impor seus interesses. As orientações serão dadas nesta semana, pois a presidente Dilma Rousseff já voltou da viagem que fez à Europa, onde se encontrou com o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke. Na conversa, Dilma deixou claro que não pretende alterar a legislação federal.

O Congresso Nacional, porém, pode não aceitar isso tão facilmente. "Precisamos respeitar a soberania nacional e garantir os direitos sociais, mas também entender que o Brasil assinou um contrato com a Fifa. Temos que fazer essa legislação considerando isso", disse o presidente da comissão especial, deputado Renan Filho (PMDB-AL). Ele será auxiliado no trabalho pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP), relator da comissão e também vice-presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF).

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Governo e Fifa discutem mudanças na Lei Geral da Copa

Valor 03/10

BRUXELAS - O governo federal aceitou hoje alterar alguns pontos da Lei Geral da Copa, cujo texto já foi enviado ao Congresso. Em uma reunião realizada em Bruxelas, a presidente Dilma Rousseff e o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, ficou acertado que uma missão da entidade irá na quarta-feira da semana que vem ao Brasil para debater o assunto. Em seguida, o governo fará recomendações aos parlamentares.

Valcke, por sua vez, afirmou que não Fifa não ameaça retirar a Copa do Brasil e pedir que outro país organize o evento em 2014. Mas cobrou do governo brasileiro a manutenção dos compromissos feitos no passado.

“O nosso objetivo nesse encontro da próxima semana é oferecer eventualmente ao Congresso algumas sugestões adicionais para que a redação da lei deixe o mais claro possível os compromissos do Brasil com as garantias que foram anteriormente oferecidas”, afirmou o ministro do Esporte, Orlando Silva, após a reunião.

O ministro afirmou que o Brasil combaterá a pirataria, independentemente da realização do evento no país. Em relação a descontos nos ingressos para estudantes, disse que o governo federal não poderá interferir em leis estaduais. Caberá à Fifa conversar com os governos estaduais, acrescentou.

Por outro lado, afirmou que as restrições à venda de bebidas alcoólicas nos estádios devem-se a um regulamento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e não a uma lei federal.

“No que diz respeito ao Estatuto do Idoso, que prevê um desconto para a população idosa, informamos a Fifa que não seria suspensa a legislação sobre esse tema, como não será suspensa a legislação do país em nenhum aspecto.”

Por sua vez, Valcke afirmou que o Brasil precisa entender que a Copa do Mundo é um evento específico. “Nós vamos proteger nossos parceiros comerciais, a mídia e patrocinadores o máximo que pudermos. Está claro que isso é parte da discussão”, argumentou.

O secretário-geral da Fifa disse que as demandas apresentadas pela Fifa são as mesmas feitas a outros países que organizaram o mundial de futebol. Disse estar confiante de que os estádios estarão prontos para o evento, mas mostrou-se preocupado com a infraestrutura brasileira.

“Nós vamos sempre reconhecer a importância de dar acesso à Copa do Mundo a todas as pessoas e vamos trabalhar com o governo para ter certeza de que os brasileiros terão acesso à Copa do Mundo. Fizemos isso na África do Sul”, disse Valcke.