segunda-feira, 28 de junho de 2010

ERA GOL...


(Por Marcio Mario Damasco da RIONET)

Não tem jeito! O Brasil joga hoje à tarde contra o Chile e nesses tempos de Copa do Mundo as sugestões são para que relembre histórias sobre acontecimentos futebolísticos. “Em assim sendo”, aí vão três ocorrências da santa terrinha friburguense.

A primeira delas aconteceu numa decisão do campeonato da segunda divisão. Foi o assunto da semana! Um frisson! Apostas de todos os tipos e tamanhos! Ansiedade! Provocações! Desafios! No dia, campo lotado, clima pesado e nervoso. Foguetório! Polícia para tudo quanto era lado. Um burburinho ensurdecedor! Bola no centro do campo para a saída. O jogador deu o pontapé inicial passando a bola para o companheiro do lado. Este atrasou para o goleiro, que deu um “chutão”, fazendo a bola ultrapassar os limites do campo e cair dentro de um cercado de porcos selvagens na casa vizinha. Os donos não estavam em casa para recolher a bola e ninguém teve coragem para enfrentar os porcos. Era um tarde de domingo, tudo estava fechado e como não havia bola reserva, jogo acabou antes que o relógio chegasse à metade do primeiro minuto.

Inverno, tarde chuvosa e muita neblina. Frio de rachar. Um tio meu, uma “figuraça”, me convidou para assistir um jogo do campeonato de Friburgo. Com aquela temperatura gelada, não havia quinze espectadores no estádio. Quando o juiz apitou o fim do primeiro tempo, meu tio saiu correndo chamando a polícia e eu, apavorado, corri atrás para ver o que ocorria. Chegando perto dos soldados ele disse: “Tenente, por favor, tranca as portões! Não deixa sair ninguém! Nem da arquibancada, nem do campo! Caso contrário, com esse frio, não vai ficar ninguém para assistir ao resto do jogo! Todo mundo vai embora! E os jogadores, se entrarem no vestiário, duvido que voltem para disputar o segundo tempo!”

Esse meu tio, que se chamava Rostaim Pinto de Faria, era comentarista esportivo da Rádio Friburgo, o que fazia gratuitamente, mas, naquela condição, permitia-se divertir-se durante as transmissões. A sua intervenção mais famosa foi num jogo entre eternos rivais: as seleções de Friburgo e a de Petrópolis pelo campeonato do Estado do Rio. O jogo foi lá na terrinha. Quarenta e cinco minutos do segundo tempo e zero a zero. A seleção friburguense, num último esforço, foi ao ataque e aconteceu o chute ao gol petropolitano. A bola raspou a trave e foi para fora. O locutor, entre empolgado e desesperado, narrou o lance e depois perguntou ao meu tio: “ROSTAAAAIIIM, SE ESSA BOLA ENTRA!!!!!??????? E o Rostaim, com a maior calma do mundo: “Era gol...”

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